segunda-feira, 5 de abril de 2010

Estudando fraseado


clique na imagem para amplia-la

SISTEMA MUSICAL DA GRECIA


O sistema músical grego.

Texto escrito pelos professores  Maria José Borges e José Maria Pedrosa, da Escola de Musica do Conservatório Nacional de Lisboa)

Uma interrogação que se poderá pôr, antes de mais, é se a música grega foi monódica ou polifónica. Na realidade, as palavras harmonia e polifonia aparecem nos teóricos e filósofos da antiguidade. O seu conteúdo, porém, não é o mesmo que hoje se lhe atribui, como é óbvio. É certo que existiam coros mistos, execução simultânea de vários instrumentos e a própria execução com um aulos de 2 tubos, que haviam de produzir uma simultaneidade de vários sons. Mas esse fenómeno (heterofonia) acontecia naturalmente e não obedecia a regras e muito menos a intenções de outra complexidade musical. Seguindo R. de Candé, podemos dizer que, na Música Antiga, como em geral em toda a música extra-europeia, o pensamento musical é essencialmente monofónico: nele a simultaneidade sonora é fortuita, aleatória e inconsciente. Pelo contrário na música ocidental dos últimos 10 séculos o pensamento musical torna-se essencíalmente polifónico: a simultaneidade sonora é procurada, elaborada e julgada indispensável (Polifonia-Harmonia) e a monofonia transforma-se em excepção (caso das Partitas e Sonatas a solo de violino ou violoncelo de J. S. Bach).



 O sistema diatónico TELEION
Parece não haver dúvidas de que o sistema musical grego está na base do sistema teórico da música ocidental. Mas é importante saber desde já que, na Grécia, não foi constante a adopção deste sistema. Efectivamente o heptatonismo ( sete tons), que levaria ao sistema Teleion, apareceu apenas no séc. VIII, sendo precedido com certeza pelo mais arcaico pentatonismo, eventualmente relacionado com outras culturas orientais.
Todo o sistema musical grego parte do tetracorde descendente, que correspondia às 4 cordas da forminx: Hypate (a corda superior, mais grave), a Mese (a central), Trite (a terceira) e a Nete (a inferior, mais aguda). No séc. VIII acrescentaram-se mais 4 cordas à lira tradicional, cujos sons produziam já uma oitava completa:

Hypate  parahypate  lichanos  mese  paramese  trite  paranete  nete
   Mi        Fá               Sol           Lá           Si          Dó      Ré          Mi

Através das 8 cordas, as 8 notas assim obtidas aparecem como a justaposição de 2 tetracordes iguais, quanto à sequência tonal de intervalos:
 - o central (meson) - Mi_ Fá_ Sol _Lá      1/2+1+1tom
- o separado (diazeugmenon) Si_ Dó_ Ré_ Mi    1/2 + 1 + 1 tom
À nota inferior pode-se acrescentar agora um novo tetracorde descendente, i. e.:
- o superior (hypaton) - Si Dó_Ré_Mi   1/2 + 1 + 1 tom
Do mesmo modo, à nota superior pode acrescentar-se um novo tetracorde ascendente, ie:
- o sobressaído (hyperboleion) - Mi_ Fá_ Sol_ Lá  1/2 + 1 + 1 tom
Se a este sistema de 4 tetracordes tonalmente iguais se acrescentar uma nota inferior (proslambanomenos), obtém-se um sistema de 2 oitavas, precisamente o que os Gregos chamavam sistema TELEION.



Os modos
Dependendo da lira utilizada, ou da afinação da mesma, a estrutura básica chamada tetracorde pode apresentar-se de 3 maneiras conforme o lugar ocupado pelo intervalo de meio tom dentro do tetracorde. Segundo isto, obtém-se os tetracordes:
        - dórico: 1 + 1 +. 1/2
        - frígio: 1 + 1/2 + 1
         -lídio: 1/2+1+1
O sistema de 2 tetracordes iguais e justapostos constitui uma oitava (harmonia, tom, sistema) ou modo definido pela qualidade dos respectivos tetracordes. É assim que se obtém os 3 modos fundamentais da música grega: dórico, frígio e lídio.
 - Dórico: Mi Ré Dó Si Lá Sol Fá Mi
- Frígio: Ré Dó Si Lá Sol Fá Mi Ré
- Lídio: Dó Si Lá Sol Fá Mi Ré Dó
Prosseguindo analogamente na formação de oitavas a partir do dórico, encontra-se o sistema completo de harmonias, com a introdução dos seus relativos hypo (inferiores, a uma quinta), bem como do mixolídio (mistura de lídio e dórico).
 Uma das características da música grega é a conotação psicológica que os teóricos lhe deram. A partir, sobretudo, do período helenístico acentuou-se cada vez mais o carácter de cada modo, variando por isso o âmbito da sua aplicação. Eis como Th. Reinach esquematiza esta teoria:
DORICO arrasta a alma para o justo meio.
HIPODÓRICO Firme e majestoso, mais activo que o dórico. Altivo e pomposo.
FRÍGIO Agitado, entusiasta, báquico.
HIPOFRÍGIO Como o Frígio,mas mais activo.
LÍDIO Dolente, fúnebre; decente e educativo, segundo Aristóteles.
HIPOLÍDIO Dissoluto, relaxado,voluptuoso.
MIXOLÍDIO   Patético.


Os Tons
Uma vez que os modos não exigem uma altura absoluta - são, de facto, meras ordenações diferentemente qualitativas de intervalos (embora as harmonias primitivas fossem algo mais que essa ordenação) - pode-se concluir que todos eles, de acordo com os registos da voz ou do instrumento, se podem organizar a partir de qualquer nota ou tom da escala primitiva. Criam-se, assim, as transposições tonais ou escalas transpostas: o que faz que, a partir de qualquer nota, se possam criar todos os modos. Para isso bastaria aplicar os acidentes necessários.

Os Géneros musicais
Se as notas extremas do tetracorde grego eram fixas, o mesmo não acontecia às intermédias que se podiam ordenar de várias maneiras, dando lugar à conformação dos chamados géneros musicais: diatónico, cromático e enarmónico.
O género diatónico era o mais natural e o único utilizado na música coral, ao passo que o cromático e o enarmónico eram utilizados quase exclusivamente por cantores solistas e pelos instrumentistas. Parece que o género enarmónico se deveu às influências exóticas da música grega. Mas como a propósito desta não há geralmente certezas absolutas, também a este respeito não temos nada de perfeitamente concordante.

Rítmica
Pela sua relação estreita com a palavra, o ritmo da música vocal grega dependeu originalmente da métrica: o metro, a quantidade das sílabas e palavras é que ditava a duração dos sons. Com o aparecimento da música instrumental, e também com o desenvolvimento do sistema musical, foi possível criar um sistema rítmico autónomo, embora com alguma dependência terminológica original.
Cabe a Aristóxenos, entre outros méritos, o ter sistematizado o ritmo, que define como a ordem na repartição das durações. Ele adopta como unidade o tempo protótipo: um tempo simples, indivisível, correspondente a uma vogal breve (U) e transcrito como uma colcheia. As durações superiores são dadas no tempo sintético que soma 2, 3, 4 e 5 tempos protótipos (tempo composto).
 A ordenação dos tempos numa frase fazia-se mediante conjuntos simples, chamados pes. Ao princípio este pés eram dados pela métrica do poema, mas as coisas não eram tão fáceis de demarcar uma vez que nem sempre era regular a sequência dos pés.
Como saber, então, em que ritmo se encontra uma peça? Pelo batimento do compasso. Este é concebido entre os Gregos como uma relação de levantar e repousar (arsis e thesis), relação essa que era executada simbolicamente pelo levantar e bater do pé do chefe do coro, por vezes munido de um instrumento. A notação rítmica indicava o levantar por meio de um ponto por cima da nota.
 Repare-se, agora nos principais pés métricos da poesia grega e a sua correspondência em grafia moderna. Conforme os tempos simples utilizados, temos pés de 3 e 4 unidades:
 - com 3 tempos prototípicos: troqueu, jambo, tribráquio.
- com 4 tempos prototípicos: dáctilo, anapesto, espondeu.

 Notação
Originalmente a música grega, como quase todas as culturas musicais da época, conhecia apenas a simples tradição oral. A partir do séc, VI, contudo, os Gregos começaram a utilizar a notação alfabética. Fizeram no entanto, de duas maneiras conforme se tratasse de música vocal ou instrumental.
A notação instrumental baseava-se no alfabeto arcaico. No caso destas notas se alterarem, o que podia acontecer de duas maneiras, conforme se empregasse o género cromático ou enarmónico, então aqueles sinais deitavam-se ou invertiam-se.
Quanto à notação vocal, ela faz-se com base no alfabeto jónico. Transcrevendo a notação instrumental com suas possíveis inversões, mas só a partir da oitava coral, e aplicando depois as 24 letras do alfabeto jónico, obtém-se a sua notação exacta.
No que respeita à oitava superior, aquelas letras jónicas são invertidas ou levam um simples apóstrofo; pelo contrário, na oitava inferior, as letras são simplesmente invertidas.
Em referência à notação rítmica, já se viram os símbolos utilizados. 
Normalmente a duração correspondente a uma breve (U) não se escrevia e, por vezes, nem sequer se usa o sinal da longa (—), sobretudo se o texto não oferecer qualquer dúvida quanto à sua aplicação musical.




colhido no blog: Musicantiga.com.sapo.pt 
     

sexta-feira, 19 de março de 2010

DIREITO AUTORAL - REGISTRAR É "LEGAL"

Boa noite pessoal!
Primeiramente, quero pedir desculpas por ficar tanto tempo sem escrever. Muito bem, se fui perdoado, vamos ao que interessa:
Criar uma musica é, realmente, uma grande experiência e tambem um talento valioso dado por Deus à algumas pessoas e, desta forma, o compositor quando recebe a inspiração e produz a sua obra, se enche de entusiasmo e não se contem enquanto não a torna publica, mostrando para os familiares, amigos, cantando nas festas ou na igreja. Aí as coisas começam a se complicar, pois, nesse momento poderá estar se tornando vitima dos plagiadores de plantão, que a exemplo de "alguem" muito conhecido, vem para roubar... e anda ao derredor dos compositores desavisados, buscando a quem possa tragar (I Pd. 5:8). Portanto, sejamos sóbrios e cuidadosos, "não dando lugar aos piratas" (Ef. 4:27). Antes de divulgar a sua musica, tome o cuidado de registra-la. 
O procedimento é simples, siga os passos abaixo:
a) escreva a partitura (melodia e cifra) - 2 copias
b) escreva e revise a letra (se tiver) - 2 copias
c) encaminhe com requerimento próprio para: 
   UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - Escola de Musica - Escritório de Direito       Autoral
Rua do Passeio, 98 - lapa - Rio de Janeiro - RJ
CEP 20021-290
P/ maiores informações, veja o link abaixo
Escola de Musica - UFRJ

Com esses tres passos, voce garante o credito de sua obra musical pra voce e seus descendentes. 


IMPORTANTE: Não negocie o seu direito autoral com ninguem. A musica é sua, Deus lhe deu, não abra mão da sua benção por qualquer "R$ prato de lentilhas,00".


Um abraço.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O caminho I - VI7 - IIm7 - V7 - I


Esta é um sequencia super conhecida e, muitas vezes, repetitiva, podendo se estender por frases e mais frases, como em "Blue moon", por exemplo, onde o I grau é extendido para o VI7, não só como relativo, mas, tambem como um dominante secundario preparando a tensão do II grau que levará até o V7, e este resolverá no I grau novamente fechando a frase ou começando tudo de novo. A sequencia é legal, porem, se muito repetida, se torna enfadonha. Neste caso, gostaria de sugerir uma outra formula , que, ao meu ver ou ouvir, pode proporcionar um efeito muito interessante. Veja abaixo:



 Observe que, quando saimos do convencional  I - VI7 - IIm7 - V7 - I  (a partir do 3º compasso) acontece uma sequencia cromatica de triades menores: Bm/G - Bbm/G - Am/F - Abm/F (Gmaj7 - Gm7(5-) - Fmaj7 e Fm7(5-) respectivamente), e, em seguida, no compasso #5 temos: Bm/E - Bbm/Eb - Am/D - Abm/Db, ou seja: Em9 - Eb9 - Dm9 - Db9, resolvendo em C6/9.

Importante: Embora o objetivo seja quebrar a rotina imposta, no entanto devemos ter o bom senso de usar este recurso com parcimonia, para que ele não se torne o "chato".

Experimentem e mandem a vossa opinião.

Esta banda é de PRIMEIRA!


estes são os musicos que tem aturado o meu "do-re-mi".
Que Deus os abençôe!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

PADRÃO RITMICO - LEVADA

O maior pesadelo de qualquer banda é ser obrigada a tocar uma musica desconhecida, sem o tempo para preparação, estudo da partitura ou da gravação, ensaio, enfim, o cuidado necessário para que a dita musica seja bem executada. Muito bem, parece algo estranho, no entanto é muito  mais corriqueiro do que se possa imaginar. Vejamos algumas situações:

a)      Em uma noite qualquer de trabalho, o cantor ou solista da banda não poderá, por qualquer circunstancia, se apresentar, em nome de um grande senso de responsabilidade, ele indica um, outro colega para o substituir. Pronto... está feito o estrago. Mudou repertorio, mudou tonalidades, mudou interpretação, e ninguém sabe o que vai acontecer.

b)      Escola dominical, os músicos com o repertorio já escolhido, já oraram, afinaram os instrumentos, enfim aquela rotina de sempre, faltam cinco minutos para começar o culto, chega o pastor, chama o ministro de louvor e diz:  - Sabe irmão, esta madrugada eu estava debruçado no sermão desta manhã e o Espirito Santo me lembrou de uma canção muito antiga que eu aprendi ainda na igreja infantil (ele já tem mais de sessenta anos), e creio que será uma grande benção  para a igreja... Já entendeu, “né”? A banda vai ter que tocar.

Como essas, inúmeras outras podem acontecer e deixar os músicos em uma tremenda enrascada. Tem algumas coisas que devem ser consideradas, como a harmonia (as cifras já bastam), e a “levada”.
Como é que a banda vai se comportar, tocando algo de que não tem a menor idéia?
Calma, nem tudo esta perdido. Existem alguns macetes, dos quais os músicos podem e devem lançar mão nessas horas difíceis.

A “A LEVADA”

Esse é o ponto que eu quero destacar hoje, a “levada”, cujo nome correto é padrão rítmico, é o que determina o gênero musical, se é rock, samba, valsa ou salsa. É natural que cada musico tenha a sua própria maneira de tocar um determinado gênero de musica, porem em conjunto é necessário que todos somem as suas participações com o objetivo de apresentar uma única “levada”, uniforme e consistente. Tá legal, então qual é o segredo pra se fazer isto?

- Toma-se a bateria como referencial e cada instrumento da banda apóie-se em uma peça da bateria, desta forma:

1)      O baixo apóie-se no bumbo
2)      Guitarra apóie-se na caixa
3)      Teclado apóie-se no primeiro bumbo de cada compasso (é so “cama”)
4)      Viuolão apóie-se no chimbal

Vejamos o exemplo abaixo, no padrão rítmico Rithm & blues



CONVENÇÃO DE CORES



Espero que esta informação tenha sido de alguma valia, porem lembre-se “nada substitui o ensaio”
Ah! e quanto à harmonia (cifras), falaremos sobre isto em breve.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

HINO NACIONAL BRASILEIRO

Há muito tempo que algo vem me incomodando, tanto como cidadão como musico, é o fato de que na maioria dos eventos cívicos em que participei como musico (foram inumeros), no momento de executar o Hino Nacional Brasileiro, se não tivesse no local uma banda militar para representar a nossa categoria (sem sindicalismo), estavamos "fritos", pois nenhum dos colegas presentes, inclusive eu, se habilitava à nobre empreitada. As desculpas eram muitas e esfarrapadas, do tipo:
"não me lembro, faz tempo que não toco", "precisa tirar pelo disco", "não tem partitura", "não conheço as cifras", etc., etc.. Muito bem, para diminuir este mal estar, pelos menos pra mim, resolvi cifrar a partitura e a letra do nosso hino.

Letra cifrada: http://www.4shared.com/file/213885360/b8b0b2d4/HINO_NACIONAL_BRASILEIRO__letr.html

Partitura cifrada:
http://www.4shared.com/file/213885189/5c6bf390/hino_nacional_brasileiro_-_tem.html


sábado, 30 de janeiro de 2010

TENSÃO, PREPARAÇÃO E RESOLUÇÃO

Muito se pergunta: como é possível acompanhar alguém sem ensaio e muitas vezes sem conhecer a musica? Existe um sem numero de formulas, clichês, e outros artifícios, dos quais os músicos mais experientes lançam mão nas horas difíceis, e entre e estes recursos de “bolso de colete” está a aplicação da equação:

TENSÃO à PREPARAÇÃO à RESOLUÇÃO.

Para compreender melhor, vamos ver o que cada uma dessas expressões representa no contexto musical. Vamos lá...

TENSÃO – momentos em que a musica não têm repouso, dando a sensação de continuidade, exigindo a próxima frase, o próximo acorde. Estes trechos são sustentados pelo IV grau e seus relativos II e VI (primário e secundário respectivamente)

PREPARAÇÃO – neste ponto a musica está incontidamente pedindo a conclusão do assunto musical, seja de uma frase ou da musica como um todo. Esta função pode ser executada de três formas diferentes, a saber:

· DOMINANTE (V grau) – resolve naturalmente na Tonica,

· TRITONO (IIb grau) – resolve na Tonica por aproximação cromática descendente, uma espécie de sensibilidade ao contrario.

· SENSÍVEL (VII e VIIb graus) – resolve na Tonica por aproximação diatônica ascendente.

RESOLUÇÃO – momento da finalização da frase ou da musica, função esta, exercida, via de regra, pelo I grau (salvo raras exceções).

NA PRATICA

Usando como base o tom de Do maior, experimente as seqüências abaixo:

1. | IIm7 / / / | V7 / / / | Imaj7 / / / |

dominante

| Dm7 / / / | G7 / / / | Cmaj7 / / / |


2. | VIbm7 / / / | IIb7 / / / | Cmaj7 / / / |

tritono

| Abm7 / / / | Db7 / / / | Cmaj7 / / / |

3. | IV#m7 / / / | VII7 / / / | Imaj7 / / / |

Sensível - sétima maior

|F#m7 / / / | B7 / / / | Cmaj7 / / / |

4. 4. | IV m7 / / / | VIIb7 / / / | Imaj7 / / / |

Sensível – setima menor

| Fm7 / / / | Bb7 / / / | Cmaj7 / / / |

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

PULSAÇÃO

A primeira manifestação musical que se pode perceber, é, sem duvida, o ritmo (combinação de sons e silêncios em diferentes durações e intensidade), e para que este ritmo aconteça é necessário que haja uma referencia cronológica sobre a qual ele seja construído. A esta referencia chamamos de pulso ou pulsação.

Pulsação é o conjunto de lapsos de tempo, contínuos e uniformes com os quais medimos a duração de cada nota ou pausa a ser executada na musica, possibilitando assim, a construção do ritmo.

Embora deva haver uniformidade na pulsação, a sua velocidade pode variar de uma musica para outra, conforme o “espírito” que se queira imprimir através dessa musica. Esta velocidade é chamada de andamento e é contada à razão de número de pulsos por minuto (ppm), assim, quanto maior o numero de pulsos por minuto mais rápida será a musica, e no inverso a fará mais lenta. O andamento é indicado logo no inicio da partitura, junto à armadura de clave.


1.

1. CLAVE - para identificação das notas

2. FORMULA DE COMPASSO – forma de medir e marcar o ritmo

3. Tonalidade – pelo numero de acidentes fixos

4. ANDAMENTO - velocidade em que a musica será executada

Armadura de clave é o conjunto de informações destinadas ao executante, que são escritas no primeiro compasso, incluem-se nestas informações:

FORMAS DE INDICAÇÃO

NOMENCLATURA ERUDITA – termos do idioma italiano que dão idéia da velocidade (media) a ser usada. São eles:

LENTOS :

· abaixo de 40 ppm – GRAVE

· entre 40 e 60 ppm – LARGO

· entre 60 e 66 ppm – LARGHETTO

· entre 66 e 76 ppm - ADAGIO

MODERADOS:

· entre 76 e 96 ppm – ANDANTE

· entre 96 e 108 ppm – ANDANTINO

· entre 108 e 120 ppm - MODERATTO

RAPIDOS

· entre 120 e 140 ppm – ALLEGRO

· entre 140 e 168 ppm – ALLEGRETTO

· entre 168 e 200 ppm – PRESTO

· Acima de 200 ppm - PRESTISSIMO

Nota: este tipo de nomenclatura é encontrado freqüentemente nos hinários – Cantor Cristão, Harpa Cristã, Hinos e Suplicas e outros

NOMENCLATURA POPULAR – encontrada, normalmente na musica popular e indica de forma genérica a velocidade da musica, deixando por conta do bom senso do executante a escolha da melhor velocidade. Assim temos:

Nomenclatura brasileira:

· LENTOS – abaixo de 76 ppm, usa-se a expressão “canção” junto ao gênero musical. Ex.: samba-canção ou valsa-canção.

· MODERADOS – entre 76 e 120 ppm, usa-se a expressão “médio” junto ao gênero musical. Ex.: samba médio ou rock médio

· RAPIDOS – acima de 120 ppm, usava-se ate o inicio do século XX a expressão “sapeca” junto ao gênero musical. Ex.: choro sapeca. No entanto, atualmente esta expressão foi abolida, usando-se simplesmente “rápido”

Nomenclatura internacional:

Assim como na nomenclatura brasileira, a internacional também usa as expressões junto à indicação do gênero musical, normalmente extraídas do idioma inglês:

SLOW – lento. Ex.: slow waltz

MEDIUM – moderado. Ex.: médium funk

FAST – rápido. Ex.: fast rock

GRADUAÇÃO DE PRECISÃO – Esta graduação vem indicada no inicio da partitura pela figura rítmica que representa o pulso ( q = 80) seguida do numero de pulsos por minuto, e é medida por equipamento próprio para este fim, chamado metrônomo





METRONOMO

Equipamento de relojoaria, que através de um pendulo regulável ,marca a velocidade do pulso a ser seguida. Usado em gravações, estudo e ensaios à distancia


Nota: A mesma função pode ser exercida por um equipamento de ritmo eletrônico (bateria eletrônica, que consiste de um gerador de sons sintetizados, que a partir de padrões rítmicos gravados (sons de percussão) sujeitos à alteração de velocidade também se presta para a indicação de andamento de precisão. Usado comumente por tecladistas e guitarristas.

PADRÃO RITMICO – sucessão de compassos ritmicamente iguais, que usamos para fazer a marcação de uma musica, conhecido popularmente por “batida” ou “levada”.

Identificador do gênero musical. Ex.: batida de samba ou levada de reggae, etc..

CONTAGEM – nas performances em equipe, muitas vezes, a indicação escrita não é levada em consideração e sim a condução de um lider, que pode ser:

· REGENTE – embora os músicos tenham escrita nas suas partituras a indicação do andamento, ele deve seguir o gestual do regente, que, entre outras coisas, determina a velocidade da musica.

· BAND-LEADER - em formações pequenas (menos de dez músicos), não há necessidade de um regente em especial e, na maioria das vezes, as musicas são executadas “de cor”, sem leitura. Assim, um dos músicos, geralmente o baterista ou aquele que tem melhor domínio sobre a musica, assume a posição de band-leader, efetuando a contagem de um compasso vazio antes do inicio da execução, para que todos iniciem a musica ao mesmo tempo e na velocidade que ele determinou.

APLICAÇÕES

O andamento tem uma importância muito grande quanto ao espírito que se quer imprimir através da musica. Uma vez que a natureza humana tem a predisposição de assimilar o ritmo imposto por agentes externos e adaptar-se. A velocidade determinada por uma musica pode provocar reações diversas no metabolismo humano, se não, vejamos o caso das academias de ginástica, onde uma musica ambiente dita o ritmo dos exercícios para o atleta, ou ainda, desde os tempos bíblicos, os músicos são colocados à frente dos regimentos militares quando partem para marcha (II Cr. 20:17/22), a fim de que os soldados se mantenham animados para a longa caminhada.

EFEITOS

Como já foi dito anteriormente, o andamento da musica pode mexer com os nossos sentidos e sentimentos, e esta faculdade da musica pode se tornar, dependendo do que ela estiver transportando, quero dizer: a letra, uma grande benção, algo muito agradável ou um pesadelo. Vamos observar as características de cada faixa de velocidade e seus efeitos:

· Andamentos lentos, ou seja, abaixo de 76 ppm, pode nos provocar um estado de calma, tranqüilidade, introspecção, melancolia e depressão. Assim, ao ouvir uma musica lenta, podemos, se sua mensagem for boa, entrar em um estado de reflexão, contemplação, contrição ou adoração. No entanto, se a mensagem for má, isto poderá nos levar a um quadro de melancolia e depressão (fossa).

· Andamento moderados, aqueles entre 76 e 120 ppm, tem um caráter de neutralidade, visto que esta velocidade corresponde à nossa freqüência cardíaca, e, segundo alguns estudiosos, passa subliminarmente uma sensação de segurança, pois nos arremete ao ventre materno. Coincidência ou não, este tipo de andamento é muito usado nas composições de jingles comerciais, pois ajuda a passar credibilidade ao produto anunciado.

· Andamentos rápidos, acima de 120 ppm, nos provoca um estado de euforia que, como nas musicas lentas pode se tornar o veiculo de um comportamento desastroso ou não. Uma musica rápida que tenha uma mensagem boa nos deixa alegres, satisfeitos, felizes e com vontade de louvar a Deus, mas, se ao contrario a mensagem for ruim, pode-se ter um resultado do mesmo nível, como por exemplo, em um baile funk, onde por três ou quatro horas as pessoas escutam mensagens de apologia à violência, transportadas por uma musica rápida e de pulsação forte, a conseqüência será a explosão dessa violência.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Um... dois...um, dois, tres, quatro...

Assim começa, normalmente qualquer musica, e assim começa tambem, espero, um longo periodo de relacionamento com os amantes de musica, onde pretendo compartilhar um pouco da minha experiência e, tambem absorver conhecimento a partir dos comentarios e opiniões dos seguidores. Espaço que eu gostaria de usar para trocar informações e impressões a respeito desse precioso presente que o Senhor Deus tem nos dado, a música.
Que Deus abençôe a todos,

João Carlos